27cc de mau humor bidestilado intravenoso

domingo, 30 de março de 2008

Areia cerebral

O excesso de calcificação da glândula pineal pode desencadear um processo depressivo denominado desordem afetiva sazonal. Como se já não fosse suficiente o jeito que o barquinho tá navegando...

quarta-feira, 26 de março de 2008

hoje não tem

É isso mesmo que tá escrito. Hoje não tem post, não tem sacada, não tem nada bem ou mal escrito.




Fechado temporariamente por motivos de censura.

terça-feira, 25 de março de 2008

Et Poetera

Oi senhora Dor
Obrigado por ligar
Já passou da hora
De te declarar meu amor

Você tão perto
Eu tão certo
Que já passou a hora
da gente combinar

Que seja uma cerveja
Que seja um motelzinho
Barato, 10 conto
Getúlio ou Marechal

Escolha você, como sempre
Quando e onde quer me ver
Te espero no meu quarto
Aberto, acordado

Você me toca onde quer
E quem quer que tente
Seja homem, seja mulher
Não me alcança como ti

Já vai desligar?
Desmarco nosso encontro
Desculpa incomodar
Moça comprometida

Ficamos no casinho
Fazemos escondidinho
Eu te dando carinho
Você no fist fucking

Obrigado por ligar
Precisando, tamo aí.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Et Coetera: A IDADE DA DESCRENÇA

:::post só se faz sozinho, como blues só se faz com barriga vazia:::

Útero.
Tudo é conforto, aconchego, amor. Dormir, comer, respirar, tem alguém que faz tudo isso pra mim. Nem preciso usar roupas. Uma grossa camada de líquido me separa do que eu nem espero que me aguarda.
Nasci.
Nascer, por si só, já foi horrível. Horas de esforço, aperto, me jogando pra um mundo desconhecido, até que alguém passa uma lâmina bem pertinho de mim e me puxa prum mundo de claridade, barulho, frio e esforço. Ah, o esforço. Pra respirar já foi difícil, tiveram que me colocar um aparelho pra desempenhar essa tarefa para o qual eu nunca havia feito treinamento. Meu primeiro contato com a virtualização segundo Kerchkove (ou era Lévy?) já era violento e invasivo. Pelo menos as roupas são confortáveis.
Infância.
Os primeiros passos, os primeiros tombos. As primeiras palminhas, as primeiras palmadas. Ainda que os traumas já começassem a cutucar nos meus ombrinhos, eu cria piamente que havia uma espécie de aura imaculável que me protegia toda vez que os meus adultos de estimação estavam do meu lado. E era essa aura que eu me afligia pra enxergar quando os adultos de estimação me deixavam fechado dentro do carro, tendo, como companhia, somente aquelas vozes que saíam do painel do Valente, um chevettinho 77 cujo radiador já dava sinais de osteosporose. Aquelas vozes, talvez por terem sido minha única companhia tantas vezes, se tornariam meu futuro objeto de estudo, mas isso é assunto pra outros carnavais. Um dia eu ainda teria muita vergonha das roupas que eu vestia, mas não posso culpar meus adultos, eram os anos 80.
Adolescência
Opa, agora sim. Eu sou o dono do mundo, tenho o controle total da minha vida, já aprendi tudo que podia e deixei todas aquelas brincadeiras e ilusões pra trás, junto com as roupas que minha mãe escolhia pra me vestir. Ledo engano. Eu sequer faço parte, sequer sou notado pelo mundo. Controle? Eu ainda nem descobri as nuances dessa palavra. Aprendo que não sei nada, e isso é horrível, a lição se distancia cada vez mais, me sinto como se corresse na contramão, mas concordo com todos os coleguinhas: Sexo é bom, eu já fiz e é assim assado. Mentiroso de uma figa. Começo a sentir falta das brincadeiras, ainda não percebo que alimento as mesmas ilusões, só mudaram os objetos. E infelizmente minha mãe ainda escolhe minhas roupas.
Salto triplo narrativo.
2008.
Bons tempos aqueles... Do que eu reclamava mesmo? Aliás, sobre o que eu ia escrever mesmo? Ah é, descrença... Ah, quando eu acreditava que iria mudar o mundo. Acreditava que estava bonito quando ia pras festinhas de colégio com aqueles sapatos de camurça! Dá pra acreditar? Creio eu que aquela garota está me olhando. Crente que tá abafando hein?! Crente de que? Temente a quem? Deus? Qual? Marx já disse: a religião é o ópio do povo. Mas eu não acredito que você ainda perca tempo de ler Marx, papai smurf ultrapassado! Eu acho que, se estivesse vivo, Marx hoje estudaria não as relações de trabalho, mas as "relações de desemprego". Mas eu acho, num acredito, num confirmo empiricamente, é suposição. Ou seja, balela. Como eu posso acreditar em algo que você meramente SUPÕE? Aos 25 anos, eu descobri que o mundo inteiro é uma grande balela. Descobri que a ilusão era a maior alegria que eu podia me proporcionar, descobri que tudo é fumaça e espelhos, que eu nunca vou mudar o mundo e que tudo é mais bonito quando se acredita. A luta é linda pra quem acredita que vai ganhar, o céu é lindo pra quem acredita que vai pra lá quando morrer, o futuro é lindo pra quem acredita que casou com a pessoa certa. Descobri que crescer é viver no presente, onde o confronto com o mundo real é constante e irreversível, descobri que eu só acredito no que eu tenho na mão, descobri que nenhum discurso é verdade absoluta e descobri que a maioria dos questionamentos só leva a mais perguntas. Ou mais frustrações. Descrevo a crença como a abençoada habilidade de não enxergar a própria vida, e eu aprendi muito bem o tamanho do meu espaço no mundo, que varia entre o matematicamente desprezível e 2,85%, no máximo, dependendo do contexto. Pelo menos, hoje em dia, eu escolho as minhas roupas. Creio eu...

terça-feira, 18 de março de 2008

LISTEN TO YOUR HEART


:::Oh Me, Oh My - Devendra Banhart:::

Eu admito que resisti bravamente à tentação de resenhar o In Rainbows, do Radiohead, por achar que seria óbvio demais (e realmente seria). Portanto eu decidi começar com uma resenha difícil, já que é um disco difícil, com um nome difícil (repita o nome do disco - Oh Me Oh My... The Way the Goes By the Sun is Setting Dogs Are Dreaming Lovesongs of the Christmas Spirit - 3 vezes bem rápido), tudo engendrado por um artista naturalmente difícil que é esse texano, criado na Venezuela e amante assumido de música brasileira que é o Devendra Banhart.

Pra compor essa resenha eu resolvi me distanciar um pouco das coisas que eu já havia lido sobre o supracitado barbudinho pra num me influenciar, num ficar com aquela cara de "mais do mesmo", ou não parecer algo escrito pelo Nelson Motta.

Enfim, explicações à parte, o disco de 2003 já é aberto com um clima de fogueira, com a pseudo-intro-instrumental "Tick Eats The Olives", seguida pelo dedilhado tenso de "Roots" e, na minha opinião, as duas melhores do disco, "The Charles C. Leary" e "Nice People". Com sua voz anasalada, às vezes semitonada, e seus vibratos declaradamente inspirados em Caetano, Devendra tem conquistado a galera neo-hippie abraçadora de árvores por aí. Se eu descrever cada faixa do disco, você provavelmente já vai ouvir com um certo juízo de valor, então fica mais como recomendação mesmo, uma resenha incompleta, pra num tirar o tesão da surpresa. Mas não deixe de ouvir, mesmo se for pra achar uma bosta mal gravada. Mal gravado é, admito, mas um cara que compra a casa que pertenceu ao Jim Morrison pra montar um estúdio que é, basicamente, um violão, percussões variadas, um microfone e um Tascam (SIM, ele grava em 4 canais), tudo jogado em cima de um tapete, merece, pelo menos, uma primeira audição dedicada.

Em resumo:

Rodrigo Amarante gostou
Rita Lee, Sérgio Dias e Arnaldo Baptista gostaram
Chan Marshall (Cat Power) gostou
EU gostei

Ouça. Se for pra entrar no hype do neofolk, abra seus ouvidos e aprecie algo bem mais diverso e substancioso que Mallu Magalhães...

SORRY I´M LATE

:::for a change:::

Tá bom, tá bom, crucifiquem-me. Eu atrasei as postagens no blog de novo, já comecei mal e já comecei a dar ao Favor o mesmo ritmo que eu dedico às minhas idas à academia. Mas eu juro que eu vou postar com mais regularidade do que as minhas visitas à mesa de supino, mesmo porque, daqui de trás da minha cadeira, eu num preciso expor meu tórax apolíneo, meus braços bem torneados e minhas canelinhas de sabiá.
Portanto, em virtude do meu descaso com meus, até o presente momento, 32 LEITORES(!!!!!), eu vou postar todos os assuntos que estavam atrasados até o dia de hoje, pra botar ordem no botequim...

quinta-feira, 13 de março de 2008

Fuckups, a burrada da semana

Militar chilena denuncia roubo de fotos íntimas


A subtenente do Exército chileno Marisol Vargas denunciou autoridades militares de Santiago pelo roubo e divulgação de fotos em que aparecia em momentos íntimos com seu namorado, também militar. As imagens circularam pela instituição e levaram à punição do casal.




O principal suspeito do roubo das fotos, que estavam no notebook da subtenente, é um capitão de um regimento de Limache. Segundo ela, o acesso às fotografias no computador estava protegido por senhas, que foram fraudadas.

As imagens chegaram ao conhecimento do comandante da unidade em que Marisol trabalhava. Os militares abriram um inquérito para investigar o caso. Eles aconselharam a mulher a não se casar com o namorado, que foi transferido para outra cidade como punição.

O trauma levou a subtenente a entrar em depressão. Pouco depois, ela foi afastada do cargo sob a alegação de "incompatibilidade psicológica com o Exército".

"Denunciei a instituição porque o roubo das fotos atropelou minha dignidade e violou minha intimidade. Além da situação ser horrível, o Exército me deu baixa na carreira", disse.

Ela afirmou sentir um "carinho profundo" pela profissão, mas tem medo de voltar a trabalhar. "Sofri maltrato psicológico por parte dos colegas", falou.


:::COMENTÁRIOS:::
Momentos íntimos: essa foi particularmente interessante. Vire pra sua namorada e diga "amor, vamos ter MOMENTOS ÍNTIMOS e cronometre. Se o ataque de riso demorar mais que 5 segundos, ela simplesmente não estava prestando atenção no que você estava falando.

Se fosse no Brasil, ela ia aparecer no Gugu, ia ser chamada pra ser rainha de bateria da Vai-Vai, sairia pelada na Sexy e faria um filme pornô com o Frota, o Kid Bengala e a Bruna Ferraz intitulado "FARRA NA CASERNA".



:::CONSIDERAÇÕES FINAIS:::

Será que já tá no emule?

quarta-feira, 12 de março de 2008

Fluke, a sacada da semana

www.gartic.com

A recomendação de hoje é, talvez, um dos fenômenos mais viciantes que eu já tive contato na internet. Já jogou Imagem & Ação? Já ficou olhando pro pc por horas pensando em o que você poderia fazer com ele? Já pensou em quantas pessoas também já jogaram Imagem & Ação e também estão sem porra nenhuma pra fazer na frente do PC?

Pois é, alguém pensou nisso. E antes de você. Esse é o Gartic, um jogo online divertidíssimo onde as pessoas têm q adivinhar, em tempo real, que aquele monte de rabiscos é, na verdade, um ralador de queijo ou uma praça de alimentação. a interface é super simples, lembrando muito o bom e velho paintbrush (sim, eu sou da época do win 3.11), todos os verbetes são em português e o jogo é DE GRÁTIS! Não precisa nem cadastrar! simples, leve e sem contra-indicações, o Gartic já tá tomando boa parte do meu tempo.















AVISO AOS NAVEGANTES: Ainda não existem estudos conclusivos sobre tratamentos para a cura desse vício.

Eu juro que agora eu tento

:::como se fosse a primeira vez que eu falo isso:::

Eu tô recuperando o ritmo de leitura, com a (re)entrada na faculdade, o que me deixou numa espécie de obrigação moral de retomar também o meu ritmo de escrita, que andava vergonhoso. Pra única pessoa que ainda perde tempo de ler minhas baboseiras (uma das poucas que ainda perde tempo COMIGO, a bem da verdade), eu dedico a total reformulação do "FAÇA-ME O FAVOR 2.0", esse espacinho que você, incauto cidadão do mundo, visualiza nesse exato momento. A partir de agora, eu volto a tornar esse espaço uma possibilidade de entrada nesse planetinha miserento e salafrário que é a minha cabeça.

Só pra esclarecer, a programação passa a ser:

2ª - Et Coetera: divagações variadas de um cérebro que não funciona
3ª - Et Poetera: rimas, abusos de poder e métricas erradas
4ª - Fluke, a sacada da semana: Alguém que teve uma idéia muito melhor que as minhas e, portanto, merece post
5ª - Fuckups, a burrada da semana: Alguém teve uma idéia idiota, do naipe das minhas e, portanto, merece post
6ª - Where do we go now?: Recomendações etílicas pro final de semana
Sábado - Listen to your heart: Não, não se trata de um dia da semana exclusivo pra ouvir Roxette. É um espaço pra resenhas de álbuns mesmo
Domingo - Gênesis 2, 3: Ele abençoou o sétimo dia e o consagrou, porque nesse dia repousara de toda a obra da criação

No mais, espero que funcione. Afinal de contas, alguma coisa minha tem que funcionar.