27cc de mau humor bidestilado intravenoso

segunda-feira, 30 de junho de 2008

WRITER´S BLOCK

Sim, tá faltando texto. Tá faltando tempo, tá faltando disposição, tá faltando inspiração. Talvez a falta de inspiração se deva ao nariz entupido.


Babãe passou Vick Vaporub in bim.


Não, não é latim. Mesmo pq isso eu ainda nem aprendi. Falta de vergonha na cara... Desculpa aí gente. Peço desculpas a vocês pra num precisar me desculpar comigo mesmo. A culpa de isso tudo












É MINHA.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O Homem (esse bicho do pau podre)

Uma daquelas tardes nubladas, tardes de céu sem cor e, por enquanto, sem o suor acre que separa a carne da pornografia. Tarde nublada, boa pra fotografar. Nessas tardes você nunca acha um mendigo, uma velha sôfrega de lenço na cabeça, um cão sarnento, uma criança catarrenta a empoeirada que te faça sentir mais Sebastião Salgado.
Salgada é a carne, aquele fiapo engomado que fede, agarrado entre um canino e um pré-molar, e que minha língua insiste em sacudir obsessivamente, como se fosse um pêlo dissidente da vizinhaça de um clitóris inflamado, enquanto coxas flácidas me deixam surdo. Saio do pensamento paudurecente, enfiando fundo, nas costas da mão direita, a brasa do cigarro que insiste em manchar meus dedos, como um roto fundo de roupa íntima, um fundilho com merda roçado por horas e desejado por maltrapilhos e veiudos peões de obra.
Preferia usar o Halls preto no falo pelado, a rola desobediente que se contorce por entre os panos na hora imposta como inoportuna. Mas o Halls vai pra boca. E ali, oito vezes maior que o visível, disfarça a podridão efervecente que insiste em me escalar garganta acima. A bolha que brota em minha mão me remete a cera. Velas e chicotes, prazeres de eczemas pululantes que me tiram momentaneamente do enjôo de ser cercado pela Podríssima Trindade estudo-trabalho-família.
Nesse fraco mundo, de parcas emoções, caminho enfezado junto às moscas, cumprimentando com praticidade essa corja de banhados que tentam esconder, debaixo da grossa camada de sabão, que também fazem parte da fauna, tendo, como companhia, somente minha saliva.