27cc de mau humor bidestilado intravenoso

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Jogos de amar, jogos de azar - Parte I

São dois dados num copinho, esses dois
Giram no sacolejo do pulso
Acidentes de percurso
Contato quase que avulso
O toque é aleatório
No ritmo do envoltório

O amor é tão simplório
São dois dados num copinho, esses dois
Dançam os cubos de gelo
Se atraem sem apelos
Como a mão para o cabelo
O tesão do emaranhado

Não tem valsa, nem congado
Só um bailar consumado
São dois dados num copinho, esses dois
Roda o disco, muda a faixa
Ela cai, ele se abaixa
Pisando na contramarcha

São bolinhas de loteria
Sem prêmios e sem regalia
Só uma saiu. Agonia
São dois dados num copinho, esses dois
Se batem, se chocam, se beijam
Se afastam e se cortejam

Um venta, o outro veleja
Ela chora, ele se assanha
É um manancial que banha
Azar de sorte tamanha
São dois dados num copinho, esses dois
Um desencontro cabal

O randômico do igual
Uma rotina fractal
Pois nem mesmo Deus palpável
Teria palpite inegável
Desse amor tão improvável
São dois dados num copinho, esses dois.

sábado, 19 de abril de 2008

Aliterado afegão

:::et poetera fora de hora:::

Ah aliterado abnegado afegão que a atende
De barba bem boa da bailarina beijar com biquinho
Carrancudo, carece de carinho como um cão coitado
Devia deixar de divagar que deve deleite demais
Exagerado, exacerba os erros
Falando firulas feias, mas fato é
Gosta de gastar com a garota em gentis agrados geralmente ingratos
Hesitante horrores, hoje há de
Irritar igual invariavelmente irradia ira aos inimigos
Jacta-se que já jogaste muito joio à jovem jacente
Languidamente lançada ao seu lado, de olhos luzidios
Mas meu amigo, a memória é má...
Não negligencie a namorada
Outrora obsecraste em oaristos, hoje ora obscenidades
Porém pedes, pachorrento, o pão do perdão e um pinguinho de paz
Queria que a querida não questionasse?
RESPOSTA ERRADA, rabugento rapsodo do rock and roll
Se soubesse que seria escorraçada, sua sereia escaparia sem sentir
Toda traição e toque torpe, toda trupe de tétricos, tetérrimos tratamentos
Ufane-a uma única e ululante
Vez e verá que voltam as viagens de véspera, os vôos e assovios, os seus versos de
Chuva, sem choro, chegará em seus chamegos e...

Zonza, zzzZZZzzz...

...zzzZZZzzz...

terça-feira, 1 de abril de 2008

Decidi entregar minha vida, minha fé e meu amor a Deus todo-poderoso, o maior amor de todos e Eterno Salvador. Na mais bela das epifanias, encontrei Jesus enquanto me via perdido num mundo de desgosto, vícios e perdições, no alto do meu desespero eu recebi o chamado e não podia mais negar minha entrega a Ele. Na porta do Templo Maior eu recebi uma convocação inegável e, a partir daquele momento, a Verdadeira Luz da Paz tocou meu coração.
Obviamente, aqueles que me possuíam, encostos que tentavam arrebanhar mais uma alma incauta pras suas legiões, tentaram resistir, mas a luta foi vencida pelo Todo-Poderoso e hoje eu posso afirmar com toda certeza que larguei tudo de mundano e impuro desse mundo, pra garantir meu verdadeiro lugar no reino dos Céus. Gostaria, se possível, que ninguém mais me chamasse pelo apelido de Mãozão, uma vez que esse não é um nome digno de um real servo do Senhor.