Giram no sacolejo do pulso
Acidentes de percurso
Contato quase que avulso
O toque é aleatório
No ritmo do envoltório
O amor é tão simplório
São dois dados num copinho, esses dois
Dançam os cubos de gelo
Se atraem sem apelos
Como a mão para o cabelo
O tesão do emaranhado
Não tem valsa, nem congado
Só um bailar consumado
São dois dados num copinho, esses dois
Roda o disco, muda a faixa
Ela cai, ele se abaixa
Pisando na contramarcha
São bolinhas de loteria
Sem prêmios e sem regalia
Só uma saiu. Agonia
São dois dados num copinho, esses dois
Se batem, se chocam, se beijam
Se afastam e se cortejam
Um venta, o outro veleja
Ela chora, ele se assanha
É um manancial que banha
Azar de sorte tamanha
São dois dados num copinho, esses dois
Um desencontro cabal
O randômico do igual
Uma rotina fractal
Pois nem mesmo Deus palpável
Teria palpite inegável
Desse amor tão improvável
São dois dados num copinho, esses dois.
São dois dados num copinho, esses dois
Dançam os cubos de gelo
Se atraem sem apelos
Como a mão para o cabelo
O tesão do emaranhado
Não tem valsa, nem congado
Só um bailar consumado
São dois dados num copinho, esses dois
Roda o disco, muda a faixa
Ela cai, ele se abaixa
Pisando na contramarcha
São bolinhas de loteria
Sem prêmios e sem regalia
Só uma saiu. Agonia
São dois dados num copinho, esses dois
Se batem, se chocam, se beijam
Se afastam e se cortejam
Um venta, o outro veleja
Ela chora, ele se assanha
É um manancial que banha
Azar de sorte tamanha
São dois dados num copinho, esses dois
Um desencontro cabal
O randômico do igual
Uma rotina fractal
Pois nem mesmo Deus palpável
Teria palpite inegável
Desse amor tão improvável
São dois dados num copinho, esses dois.
8 comentários:
Simplesmente Lindo!
Escrever é uma arte!
(a que você domina)
Congrats!
= ))
nossos dados somados dão o número 1
É uma gente assim, descobre sons nos vãos onde a água escoa. Dança valsa rodopiando no centro do círculo que delimita o mundo.
São dois dados num copinho.
meu namorado é muito fodaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
me dominou!
*ui*
sem palavras pra invasão.
O poema é muito bom...e mostra que o velho tema do amor, tão cantado em prosa e verso, ainda pode render, ainda mais se é cantado com tanta musicalidade e ritmo..
Ouvi o poema lido pelo autor na Festa do Eco, no Mezcla e me encantei com ele e com Eco.
Tomara que tenha mais poemas assim no próximo Eco, na próxima primeira quinta de julho..
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