27cc de mau humor bidestilado intravenoso

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Jogos de amar, jogos de azar - Parte I

São dois dados num copinho, esses dois
Giram no sacolejo do pulso
Acidentes de percurso
Contato quase que avulso
O toque é aleatório
No ritmo do envoltório

O amor é tão simplório
São dois dados num copinho, esses dois
Dançam os cubos de gelo
Se atraem sem apelos
Como a mão para o cabelo
O tesão do emaranhado

Não tem valsa, nem congado
Só um bailar consumado
São dois dados num copinho, esses dois
Roda o disco, muda a faixa
Ela cai, ele se abaixa
Pisando na contramarcha

São bolinhas de loteria
Sem prêmios e sem regalia
Só uma saiu. Agonia
São dois dados num copinho, esses dois
Se batem, se chocam, se beijam
Se afastam e se cortejam

Um venta, o outro veleja
Ela chora, ele se assanha
É um manancial que banha
Azar de sorte tamanha
São dois dados num copinho, esses dois
Um desencontro cabal

O randômico do igual
Uma rotina fractal
Pois nem mesmo Deus palpável
Teria palpite inegável
Desse amor tão improvável
São dois dados num copinho, esses dois.

8 comentários:

Anônimo disse...

Simplesmente Lindo!

Anônimo disse...

Escrever é uma arte!
(a que você domina)
Congrats!
= ))

Anônimo disse...

nossos dados somados dão o número 1

Anônimo disse...

É uma gente assim, descobre sons nos vãos onde a água escoa. Dança valsa rodopiando no centro do círculo que delimita o mundo.
São dois dados num copinho.

Anônimo disse...

meu namorado é muito fodaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Xibalicious disse...

me dominou!
*ui*

sem palavras pra invasão.

Xibalicious disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

O poema é muito bom...e mostra que o velho tema do amor, tão cantado em prosa e verso, ainda pode render, ainda mais se é cantado com tanta musicalidade e ritmo..
Ouvi o poema lido pelo autor na Festa do Eco, no Mezcla e me encantei com ele e com Eco.
Tomara que tenha mais poemas assim no próximo Eco, na próxima primeira quinta de julho..